Como um crepúsculo
Abri os olhos e ele estava no céus
Quente, cintilante, tocante
Maravilhado deixava todo meu ser sentí-lo
Era confortante
O tempo passava e a sensação se tornava interessante
E cada vez entrando profundamente
Em minha alma
O tempo passava e o desejo de entender aumentava
Entender como não havia visto ele antes
E como aquela sensação era intensa
O tempo passava
E distraido com todo o maravilhar
Não percebia o direcionamento ao poente
Não via a escuridão me cercando
Apenas aquela entorpecida sensação fervilhava em meu ser
Eis que olhando para as alturas tropiquei e fui perceber
Ele lentamente sumia no horizonte
Cada vez, a frieza era maior
E a distância mais longa
Independia do correr, independia da vontade de alcançá-lo
O crepúsculo era inevitável
A incerteza de aproveitar os últimos momentos era grande
Até que meio as sombras do horizonte ele sumiu
E meu olhar orfão permaneu contemplando as trevas
No leito profundo da memória
Ele estaria vivo, mas nunca mais outro dia como aquele existiria.
Fevereiro 2014
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